quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Construção de exercicios para os guarda-redes.


A partilha de conhecimentos, observação de treinos, pesquisa sobre exercícios ( livros, DVD´s, Internet)...etc, sem duvida que contribui para a nossa evolução e por consequência os nossos guarda-redes ficarão a ganhar. Mas não chega ter estas situações na nossa "bagagem" de exercícios, é preciso também criar exercícios novos, que vá ao encontro do nosso modelo de jogo e respeitando as regras das capacidades motoras.

Para elaborar um exercício na nossa unidade de treino para os guarda-redes, devemos ter em conta os seguintes aspectos:

  1. Qualidades técnicas.
  2. Conhecimento dos pontos fracos (dificuldade em defender numa determinada posição).
  3. Idade.
  4. Condição física.
  5. Período da época desportiva.
  6. Dia da semana.
  7. Modelo de jogo.

Com estes aspectos podemos concluir que, o mesmo exercício terá certamente objectivos finais diferentes para cada guarda-redes, por isso faço um apelo a todos os intervenientes do treino de guarda-redes que não apliquem o exercício X ou Y só porque viram numa sessão de treino no clube Z, isto é uma realidade de hoje que eu não posso concordar, há bons exercícios, mas é preciso escolhermos os que se adaptam melhor ao nosso guarda-redes.

Os exercícios que eu aplicava aos guarda-redes nas unidades de treino no período competitivo era baseado nas situações ocorridas no jogo anterior, exemplo: Se o guarda-redes sofreu um golo após um cruzamento ao 2º poste (bola baixa), mas que eu detectasse que o guarda-redes não foi rápido suficiente para interceptar a bola com defesa baixa (pés), elaborava um exercício com essa situação, com o mesmo posicionamento do guarda-redes, com um jogador no 2º poste, a bola no mesmo sitio onde foi efectuado o cruzamento. Utilizava esta situação não só para treinar a velocidade de deslocamento, defesa baixa, mas também é uma forma de incentivo e fazer ver que ele é capaz, para que o guarda-redes tenha confiança em si próprio e se surgisse uma situação idêntica num jogo, ele estava mais capacitado para interceptar a bola. Por isso, podemos criar exercícios diferentes e aproximá-los á realidade de um jogo.

Devemos atribuir responsabilidades a todos os jogadores, mas nunca atribuir culpas directamente aos guarda-redes num jogo em que não tivemos sucesso, eu costumo dizer aos meus jogadores " se pressionassem bem o portador da bola, se fizessem bem a cobertura defensiva, se fechassem bem o meio...a bola não chegava á baliza."


Celso Henriques

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Comunicação verbal


A capacidade de comunicação do guarda-redes é extremamente importante no jogo de futsal. Quantas vezes não ouvimos os próprios colegas de equipa referirem para o guarda-redes falar e orientar? Eu proprio gosto de ver os guarda-redes a terem intervenções verbais, tanto serve para orientarem os jogadores de campo para os seus correctos posicionamentos, como também transmite confiança á propria equipa. É de uma extrema importância, a correcta orientação dos colegas, não só nos processos defensivos, como também nos processos ofensivos, por parte do guarda-redes. No entanto há alguns casos a considerar, sendo um deles a informação a comunicar, esta deverá ser seleccionada e o mais directa possivél. A informação deverá ser dirigida (para quem) e objectiva (o quê).
Este processo não deveria acontecer apenas dentro do recinto de jogo. O guarda-redes como orientador da equipa dentro do recinto de jogo, deveria também comentar situações de jogo fora deste, como habituação com os colegas, de forma a tornar-se muito mais fácil a coordenação dos processos de comunicação dentro do jogo.


Celso Henriques

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Características de um guarda-redes

  • Carácter:
  1. Valentia
  2. Decisão
  3. Força Psicológica
  4. Equilíbrio
  5. Comunicação
  • Neurológicas:
  1. Agilidade
  2. Coordenação
  3. Acrobacia
  4. Percepção Espaço-temporal
  5. Agressividade
  6. Velocidade de reacção
  7. Velocidade de execução
  • Físicas e antropométricas:
  1. Velocidade
  2. Elasticidade
  3. Flexibilidade
  4. Instantaneidade
"José Biurrún e Roberto Romero"


Celso Henriques

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Gestão do treino de guarda-redes


  • Planeamento a longo prazo
Ao estabelecer um plano de preparação para o guarda-redes, deveremos ter em conta uma serie de aspectos, tais como:





  1. Analise da situação anterior (características dos guarda-redes, dificuldades,etc.).
  2. Definição dos modelos maximais (principais características de um bom guarda-redes).
  3. Caracterizar cada guarda-redes e o grupo respectivo.
  4. Definir objectivos individuais de preparação (em função do grupo de guarda-redes do clube).
  5. Definir objectivos individuais de preparação (em função das características individuais de cada guarda-redes).
Após estes passos será fundamental a escolha de estratégicas adequadas para concretizar e alcançar os objectivos a que nos propomos no trabalho com os nossos guarda-redes.

  • Unidade de treino
-Parte inicial
-Parte principal
-Parte final

  • Momento aconselhavél para o treino de guarda-redes
Em função das qualidades exigidas a um guarda-redes, julgamos que para o trabalho ter êxito deverá ser feito essencialmente na parte inicial do treino. Se os objectivos do treino visam essencialmente qualidades técnicas-tacticas que exigem esforços físicos elevados ao nivél da velocidade ou potência, a parte inicial do treino será a mais aconselhavél. Dentro de uma perspectiva que a parte principal do treino estará definida para trabalhar situações técnico-tácticas da equipa na globalidade.
Muitas são as situações em que o trabalho especifico de guarda-redes é realizado na parte final do treino. No entanto temos que ter consciência, que esta situação, justifica-se para trabalhar essencialmente ao nivél da resistência de força e de velocidade.
Verifica-se muitas vezes na parte final de um treino (onde os objectivos foram essencialmente o trabalho de finalização) que o guarda-redes se encontra já num estado de fadiga considerável. Assim sendo, a capacidade de concentração, a velocidade de execução e a potência com que se realizam os exercícios já não se encontram ao melhor nível.

  • Recursos humanos existentes.
Se acrescentarmos o facto de inúmeros clubes não possuírem treinador de guarda-redes, torna-se por vezes difícil realizarmos este tipo de trabalho. Para facilitar a gestão do treino, muitas vezes é fácil durante a parte inicial do treino, a activação geral, organizamos formas jogadas de aquecimento, que nos libertam para durante alguns minutos trabalhar especificamente com os guarda-redes, mesmo que não haja colaboradores para nos auxiliar e dividir o trabalho.
Muitas vezes durante a parte principal do treino, em que o trabalho é dirigido para toda a equipa. ligeiras adaptações dos exercícios, permite-nos trabalhar mais especificamente, algumas situações com os guarda-redes, de forma a alcançar determinados objectivos específicos.

  • Plano de preparação psicológica
Já referi em artigos anteriores a responsabilidade, a consequência nefasta que um erro do guarda-redes pode provocar, e as poucas aspirações que um guarda-redes pode atingir num jogo, pois se teve uma excelente actuação num jogo, não foi mais que a sua obrigação. Apesar de todas as implicações psicológicas que daqui advêm poucas vezes estes aspectos vem contemplados nos nossos planeamentos, poucas vezes definimos objectivos psicológicos sejam contemplados. Como definimos e organizamos estratégicas para melhorar gestos técnicos dos nossos guarda-redes, o mesmo deverá ser feito em termos de objectivos psicológicos. Será fundamental para melhorar a qualidade destes atletas com funções imensamente especificas e com responsabilidades tão elevadas.

Celso Henriques